24 de setembro de 2010

Maria...

Eu sei que é por isso que somos irmãs. Ou melhor, somos irmãs e escolhemos ser irmãs assim, dessa forma que descreves. E ainda há espaço em branco para sermos mais. Amanhã vou buscar-te. E partilhar contigo a geografia e o momento, que não é bom, mas é de início(s). Eu sei que nunca estou sozinha. A ideia deste blogue foi precisamente homenagear essa ausência de solidão. Mas há alturas em que se sente o que se sabe ser inverosímil, ou outras em que o que se sente supera o que se sabe. São apenas minutos, depois tudo volta ao lugar.
Como tu, agora que tiveste de trocar o sul pelo meio, sentes falta dos teus amigos e quase-namorado. E não estás sozinha. Mas na semana passada houve momentos em que olhei para ti e estavas profundamente perdida na tua geografia nova, imposta, e deserta desses amigos, momentos e afectos.
Sabes bem do que falo, sem saberes exactamente do que falo. E as irmãs mais velhas, aquelas que são a mais velha e portanto já não foi irmã-quase-mãe, mas aquela irmã que parece ser exemplo para tudo e fazer tudo bem, servem para guardar as mais pequenas se saberem exactamente do que falo. Sabes porquê? Porque há coisas que precisamos de sentir, para aprender a gostar mais ainda da vida. Mas há outras que não trazem nada de novo, senão sofrimento inócuo. Eu pretendo guardar-te destas últimas e, desculpa, deixar-te à merçé das primeiras. Porque tem de ser.

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